domingo, 17 de novembro de 2013

Expansão, contração e mudança...assim somos nós...assim é o universo e assim é a sociedade!


Não importa o que aconteça...

Não importa o que o nosso recorte de análise de espaço tempo nos permita observar...

Existe um caminho natural....de desenvolvimento da consciência em ciclos.

Expansão -  coletividade, permeabilidade e relativa superficialidade, onde conceitos novos são levados a cada vez mais nichos, células, grupos,  levando a ser mais aceitos pela sociedade...podemos chamar isto como o momento em que certa tendência atinge a "curva de moda".

Contração -  onde tais conceitos são internalizados e assumem maior profundidade, começando a ser parte cada vez mais constante nos valores e atitudes dos indivíduos que fazem parte do coletivo.

Não existe uma ordem cronológica em relação a qual comportamento vem primeiro pois o movimento por si só acontece de maneira gradual e processual. Tentar saber o que vem antes é como querer se quem veio antes foi o ovo ou a galinha.

Tal movimento, além de cíclico, é em espiral. Isto quer dizer que um determinado processo pode voltar, após um ciclo completo de expansão e contração, a uma nova expansão, porém, em um outro nível de experiência e consciência por parte das "células" envolvidas no processo.

Dentro destes processo podemos vivenciar dois momentos.

Os momento áureos, quando determinados valores, conceitos, "visão de mundo" assumem uma estruturação e solidificação dentro de uma comunidade. Porém, se tal estrutura conceitual, além de sólida, torna-se rígida, ou "engessada",de forma a se tornar dogmas dentro da sociedade, o movimento (natureza do universo e que leva, inevitavelmente a mutação, transformação) poderá levar esta comunidade a um momento de crise.

A crise se apresenta então como o ápice do conflito entre a natureza do universo e a necessidade de uma comunidade em controlar este movimento, mantendo uma tendência comportamental, individual e coletiva além do momento onde esta se manteria naturalmente.

A crise é uma mudança abrupta e inevitável que determinado processo ocorre, colapsando dentro de si mesmo e dando origem a novas estruturas. Podemos dizer que é o momento onde esta mudança se apresenta de forma a não conseguirmos mais desenhar harmonicamente entre a antiga estrutura em queda e a nova estrutura que está se apresentando.

Tal momento pode ser expressado  na sociedade em forma conflitos e, em função das rupturas apresentadas pela crise,  em uma diversidade muito grande de pontos de vista a respeito do momento em que a comunidade vive e novas propostas de caminho.

Tal evolução que nossa sociedade, de forma geral, enfrentou durante boa parte da existência da humanidade, ocorreu desta forma, e isto se deve ao fato de não compreendermos a natureza do universo, a transformação, a mudança.

Lao Tsé, ao criar o símbolo que conhecemos habitualmente como Yin Yang, representara exatamente este estado de fluxo que move, transforma e transcende todas as coisas.



Quanto mais caminharmos em direção ao leste, mais perto estaremos chegando do oeste, ou seja, todo fluxo se movimenta em direção ao seu próprio fim e entendermos este fluxo é essencial para mantermos nossas relações em harmonia.

Este processo é holográfico, ou fractal. Isto quer dizer que o mesmo comportamento acontece em níveis micro e macro de um determinado processo e/ou sistema.

Ou seja, da mesma forma que  isto acontece com a sociedade, isto acontece internamente dentro de cada individuo, acontece nas relações, entre o individuo consigo mesmo, com o próximo, com a sociedade e outras formas de vida e com o universo como um todo.

Compreender este fluxo e desenharmos constantemente com nossos próprios valores e atitudes em relação ao meio e momento em que estamos inseridos, é a forma de evoluirmos sem passar por grandes crises.

Estas duas formas de evolução estão presentes na nossa sociedade hoje. Podemos ver diferentes comunidades, sociedades, nações vivenciando este processo de transformação através da crise e também através de grupos, movimentos e projetos que visam melhorar as nossas relações com base em mudanças de atitude em relação ao meio.

A nova crise e o novo paradigma da humanidade.

Estamos vivenciando um novo momento na história que está sendo caracterizado por novas propostas de ordem estrutural e nas nossas relações.

Em relação as estruturas, uma característica notável é a mudança de atuação de determinados grupos na forma de uma ordem hierárquica vertical e competitiva para estruturas de hierarquia horizontal, colaborativa e que atuam em rede.


Da mesma forma, a descentralização e distribuição de processos também é notável. Seja na produção de energia e diferentes recursos necessários para a subsistência da humanidade como em relação a distribuição de renda de forma colaborativa.

Alguns exemplos desta nova tendência

Tendências sociais:  moeda social, economia solidária, como formas de melhorar a distribuição de renda entre diferentes comunidades. 

Tendências interpessoais: atenção maior a comunicação, o desenvolvimento da Comunicação Empática, o conceito de liderança Circular e hierarquia horizontal, os círculos de resolução de conflito, técnicas que visam fortalecer e manter nossas relações sociais e interpessoais mais sustentáveis.

Tendências individuais: O resgate e procura de novas tendências de melhorar a relação consigo mesmo. A visão integral da saúde, conectando a saúde emocional, psicológica e espiritual (tomada aqui como a consciência coletiva e de propósito de vida) a saúde física. O desenvolvimento da medicina e psicologia integral, atuando com a medicina e psicologia tradicional conectada a terapias como reiki, acumpuntura, ayurveda entre outras. A maior procura pelo Yoga, meditação e outras práticas.


Tendências em relação ao meio: Desenvolvimento de técnicas e modelos que recriem cenários de desenvolvimento de estruturas seguindo a ordem do ambiente, considerando a diversidade de características sistêmicas em diferentes biomas. Permacultura, agroecologia e todas as tecnologias que partem destas. O desenvolvimento de modelos de gestão que recriem esta ordem natural, cíclica e espiral dos processos, como o Dragon Dreaming e diferentes modelos colaborativos de atuação em rede.  

Um dos grandes exemplos disto é a criação das ecovilas, onde as relações sociais, financeiras. A necessidade de se agrupar novamente em coletivo, levou a necessidade da criação de novos modelos, para um novo paradigma. Tais modelos, muitos citados anteriormente, consequentemente se expandiram e hoje não são praticados em ecovilas, mas sim em diferentes ramos da sociedade em todo o mundo.  
Estas novas tendências, desde o aumento no desenvolvimento de ecovilas ou da aplicação de modelos cada vez mais colaborativos só tendem a crescer pois fazem parte da nova tendência da sociedade. Logicamente, podemos ver um relativo aumento dos conflitos em nosso mundo, aparentando o fato de que ele está cada vez pior, mas isto se deve e muito ao fato de que nossa sociedade está se tornando mais consciente da realidade das relações de poder que mantém as estruturas sociais até hoje.

As manifestações, guerras civis e outros conflitos que podemos ver nas diferentes mídias fazem parte da crise inevitável pela qual o mundo está passando. 

A mudança que nossa sociedade esta fadada a presenciar já está aí e daqui para frente ela só tende a se mostrar de forma cada vez mais intensa.

A crise já está acontecendo, de forma mais intensa em alguns lugares e menos em outros...mas já está influenciando todo o mundo. Os modelos obtidos como senso comum  vão colapsar, não existe outro caminho, mas você tem o poder de escolher como vai viver este caminho.

Pode manter as suas relações sociais da mesma forma, economicamente da mesma forma. Pode manter a sua relação consigo da mesma forma e com o meio...e assim viver a mudança como uma vítima da crise.

Ou pode começar a estudar e se envolver em movimentos que trazem estes novos conceitos e formas de se relacionar com o meio, deixando de ser uma vitima para se transformar em parte de uma nova proposta de vida, em parte ativa que vai propiciar as novas bases para as estruturas que vão aparecer após a crise...e , principalmente...estar consciente de que estas um dia também vão se transformar...e deixá-las transformar-se naturalmente.

Observe, pesquise e comece a seguir o fluxo.

Você vai evoluir...está é sua natureza, e você pode decidir como

Porém...não existe uma receita básica...você só vai descobrir a sua  forma quando começar a se manter consciente de seu movimento e aprender a desenhar com ele ;)

Esteja consciente!

Ótimo dia a todos!

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A invasão ao Instituto Royal e a nova tendência da sociedade

A crise pela qual a própria ciência passa hoje é apenas mais um reflexo de como a consciência da sociedade está atingindo um nível onde não percebe mais como admissível o uso de determinadas técnicas  (utilizar outras formas, comprometendo sua integridade física e psicológica, quando não a vida, em prol da espécie humana) . 

Muitos já pensam assim há anos e o número de adeptos deste tipo de pensamento aumenta a cada dia. Somando isto ao atual retrospecto mundial da crise nas diferentes esferas, acabam por tornar previsíveis situações como as que o Instituo Royal está passando.

Não podemos dizer que isto é bom ou ruim. Em alguns microcosmos podemos presenciar ônus (dentro de uma cosmovisão humana), em outros, bônus (principalmente se considerarmos o ponto de vista  de outras formas de vida, mas não necessariamente).

De qualquer forma, não podemos tratar o caso deste instituto como algo isolado, situações como esta são parte de uma nova tendência que só tende a crescer.

Inevitavelmente, com o crescimento destes movimentos e a imagem cada vez mais evidente de a que sociedade começa a perceber que tal prática é inadmissível, a procura de produtos que não façam este tipo de testes irá aumentar mais a cada dia. Com isto, as instituições de pesquisa bem como as empresas, em função do aumento da procura por produtos que tragam esta característica, organicamente vão tratar por encontrar outras formas de desenvolvimento científico, ou, se já procuram, vão começar a dar mais enfase nisto.

Podemos argumentar e dizer que outras espécies, de uma forma ou de outra, se comportam assim, como pulgões que são "escravizados" por formigas entre outros exemplos. Porém o fato é que tal comportamento não cabe mais dentro da nova consciência que a nossa espécie está desenvolvendo.

Em função da crise, a ciência está, neste momento, começando a sentir estes reflexos. 

A necessidade de sair de sua "zona de conforto".

Se hoje argumenta-se que não é possível desenvolver medicamentos sem testes em animais, eu garanto que, com o rompimento desta zona de conforto pelo qual a ciência está passando, não demorará muito para que em breve apareçam tecnologias para tal.

1 ano, 2...uma década... ou bem mais rápido que isto.

O que se sabe é que vão aparecer, inevitavelmente, e que todo o movimento coletivo que está se formando contra as empresas que testam em animais são reflexos e ao mesmo tempo, criadores desta nova tendência científica que aparecerá.

Pode-se julgar isto como bom ou ruim, mas o que não se pode é "nadar  contra a corrente" da própria tendência...é um movimento natural, ao qual toda nossa espécie está submetida. 

Por mais que vejamos muitos conflitos ainda ocorrendo no mundo e muita gente ainda "alienada" a estes temas, a tendência natural  é a de que tornemos as nossas relações mais harmoniosas com o meio...

O aumento do números de adeptos do vegetarianismo, o aumento da preocupação com a qualidade do alimento, a procura pelos orgânicos, seja para a saúde humana ou "da terra", o crescimento dos movimentos que visam resgatar e valorizar conhecimentos antigos, de povos quilombolas e de outras comunidades tradicionais..

A própria moda da bike...parece algo "bobo", mas que é uma expressão de como a sociedade está começando a se tornar mais consciente da sua ação no mundo.

Como todo fluxo de expansão, ou Yang, naturalmente em muitos pontos estas tendências podem estar sendo expressadas com relativa "superficialidade", o que leva a aparentes contradições.Consequentemente, ao longo do tempo,depois de passar pelo processo de contração, ou Yin, estas contradições tendem a diminuir, tornado os movimentos mais efetivos e coerentes em suas ações.

Não podemos renegar algo que é inevitável...é a natureza da vida, do universo..

O constante movimento, a constante mudança.

Não precisamos apoiar, ou questionar

Precisamos compreender e assumir que é inevitável, e começar a trabalhar dentro deste novo fluxo.